CUIABÁ

POLITÍCA NACIONAL

Debatedores pedem mais fiscalização sobre venda direta de pneus

Publicados

POLITÍCA NACIONAL

Em busca de uma solução para distorções no mercado de comercialização de pneus, a Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) promoveu uma audiência pública nesta quinta-feira (11) sobre a venda direta do produto a transportadoras. Denúncias apontam que empresas de frete estariam revendendo pneus novos por valores abaixo do mercado e sem recolhimento de tributos. Um dos caminhos apontados é aumentar a fiscalização.

A venda direta de fabricantes de pneus a transportadoras é permitida. As empresas de frete podem comprar pneus para uso próprio em seus veículos, mas elas estariam adquirindo pneus novos em quantidade superior ao necessário, revendendo-os e utilizando o valor excedente para pagar fretes e outros serviços, sem emissão de documento fiscal. As revendedoras de pneus apontam que esse tipo de prática tem gerado um ambiente de competição desleal.

— Algumas empresas de transporte aproveitaram para exercer o negócio de comercializar produtos de forma irregular. Primeiro, fazendo pagamentos de frete para caminhoneiros autônomos com pneus, sem a respectiva nota de venda. Segundo, comprando pneus muito acima de sua capacidade de consumo, gerando falso custo e reduzindo sua lucratividade e, por consequência, reduzindo alguns impostos federais. Fechamos já cem lojas nos últimos anos e, pelo andar da carruagem, serão fechadas mais lojas — apontou Dirceu Delamuta, presidente da Associação Brasileira de Revendedores de Pneus (Abrapneus).

Diante de denúncias de irregularidades na atuação de empresas do segmento de transportes, a Secretaria Estadual de Fazenda de Mato Grosso (Sefaz-MT) fez um cruzamento das informações sobre vendas de pneus com o número de placas de veículos registrados. O órgão também considerou o desgaste dos pneus para criar um indicador e identificou 73 empresas que possivelmente estariam adquirindo pneus em excesso. Segundo os cálculos da Sefaz-MT, só entre 2019 e 2021 essas transportadoras teriam comprado 27 mil pneus a mais do que o necessário. 

Leia Também:  Sefaz reforça alerta sobre golpes envolvendo pagamento do IPVA

— É um indicador. Não tem uma contribuição concreta, mas já dá o indicador de quem pode estar operando acima do limite. Então, essa malha vai ser utilizada para fazer o monitoramento de maneira mensal dos contribuintes, para identificar e a gente já poder desenvolver as ações em tempo mais célere sobre os que tiverem irregularidade configurada materialmente — apontou Vinícius José Simioni, secretário-adjunto de Receita de Mato Grosso.

Controle das vendas

Representantes da Receita Federal e de outras secretarias de Fazenda reforçaram que vão trabalhar para ampliar a fiscalização a partir das denúncias das revendedoras de pneus.

A senadora Margareth Buzetti (PP-MT), que sugeriu a audiência pública, lamentou que os fabricantes de pneus não controlem a quantidade de venda para uma frota baseando-se no potencial de consumo mensal e na quantidade de veículos. Ela cobrou maior colaboração. 

— Penso que a indústria pode, sim, nos ajudar a encontrar um caminho para que isso melhore. Nós temos casos que são uma coisa absurda, em que as empresas têm contêineres de pneu por marca para vender. Isso não pode acontecer. A cadeia toda é um setor imenso que está sofrendo; são as revendas, e as reformadoras de pneus que vêm por trás, porque hoje você encontra cliente que diz assim: “Eu não quero recapear pneu, não vou recapear. Eu vou comprar pneu e vou vender pneu” — apontou a senadora. 

Leia Também:  Cuiabá 303 anos: Funcionária conta sobre três décadas de serviço pela capital

Em resposta, Klaus Curt Müller, presidente-executivo da Associação Nacional da Indústria de Pneumáticos, que representa o setor de fabricantes, disse que as empresas não podem bloquear as vendas e afirmou que o segmento não é conivente com possíveis irregularidades praticadas por algumas empresas transportadoras. Ele garantiu que apoia o aumento da fiscalização e prometeu colaborar. 

— Não há nada de ilegal na venda direta. A ilegalidade está no que se faz com o produto após a venda. Então, esse é o ponto — disse. 

Para o senador Carlos Portinho (PL-RJ), a audiência requerida por Margareth Buzetti joga luz sobre o problema. Segundo ele, há indícios de concorrência desleal, fraude e sonegação de impostos. O senador manifestou preocupação também com os caminhoneiros, ponta mais frágil da cadeia.

— A gente tem que alinhar, harmonizar a indústria, o revendedor, a transportadora e, principalmente, o caminhoneiro, que é aquele que faz uso final do seu pneu — assinalou Portinho. 

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

Fonte: Agência Senado

COMENTE ABAIXO:
Propaganda

POLITÍCA NACIONAL

CCJ aprova limitações para incidência de taxa cobrada pelo Ibama

Publicados

em

Por

A Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ) da Câmara dos Deputados aprovou o Projeto de Lei 10273/18, que altera a incidência da Taxa de Controle e Fiscalização Ambiental (TCFA).

Pela Lei 10.165/00, a taxa é cobrada pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) em ações de controle e fiscalização de atividades potencialmente poluidoras e utilizadoras de recursos naturais.

O relator, deputado Covatti Filho (PP-RS), recomendou a aprovação da matéria. A análise na CCJ ficou restrita aos aspectos constitucionais, jurídicos e de técnica legislativa.

A proposta seguirá para o Senado Federal, a menos que haja recurso para que seja votada também pelo Plenário da Câmara. Anteriormente, o texto foi aprovado também pelas comissões de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável e de Finanças e Tributação.

O texto aprovado prevê uma limitação nas possibilidades de cobrança da taxa, que passará a ser justificada só quando as atividades potencialmente poluidoras e utilizadoras de recursos ambientais estiverem submetidas a procedimento de licenciamento ou autorização ambiental de competência da União.

Segundo o autor da proposta, ex-deputado Jerônimo Goergen (RS), a ideia é ajustar as normas à Lei Complementar 140/11, que atribui a proteção do meio ambiente também para estados e municípios.

Leia Também:  Vítimas de tortura na ditadura pedem memória e providências

Entre outros pontos, o projeto também define que a TCFA será devida por pessoa física ou jurídica independentemente da quantidade de filiais ou estabelecimentos que possua, aplicando-se as faixas de enquadramento de porte e os valores da taxa de forma unitária.

O texto ainda ajusta, na legislação relacionada, as definições para microempresas e também pequenas e empresas de médio porte conforme critérios adotados pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

Saiba mais sobre a tramitação de projetos de lei

Reportagem – Noéli Nobre
Edição – Ana Chalub

Fonte: Câmara dos Deputados

COMENTE ABAIXO:
Continue lendo

CUIABÁ

VÁRZEA GRANDE

MATO GROSSO

POLÍCIA

MAIS LIDAS DA SEMANA