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Dólar cai e fecha em R$ 4,84, menos valor em dois anos; Ibovespa sobe

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Dólar chega a R$ 4,84, menor valor desde junho de 2020
Redação 1Bilhão

Dólar chega a R$ 4,84, menor valor desde junho de 2020

O dólar comercial seguiu seu movimento de queda, fechando na casa dos R$ 4,84, e a Bolsa subiu nesta quarta-feira (23). Os ativos locais voltaram a ter um bom desempenho, mesmo em um dia mais negativo para os ativos de risco no exterior.

A moeda americana teve baixa de 1,43%, negociado a R$ 4,8438, após atingir a mínima de R$ 4,8337.  É o menor nível de fechamento desde o pregão do dia 13 de março de 2020, quando a divisa terminou cotada a R$ 4,8127.

No ano, a divisa já acumula queda de 13,11% e apresenta seis pregões consecutivos de baixa.

O Ibovespa subiu 0,16%, aos 117.457 pontos.  No ano, o principal índice da B3 tem alta de 12,05%.

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O estrategista chefe da Davos Investimentos, Mauro Morelli, destaca a continuidade de alta nos preços das commodities como o principal fator para o descolamento dos ativos brasileiros em relação ao exterior.

“Isso tem relação com essa realocação mundial, com os investidores buscando investimento em países, principalmente, produtores de commodities e que se beneficiam desse momento que estamos vivendo”.

A elevação dos preços ajuda a favorecer tanto a nossa Bolsa quanto o dólar, pelo caráter exportador do Brasil.

Para Morelli, a volatilidade vista no exterior decorre do ambiente de incerteza gerado pela guerra.

“Temos também um momento delicado da economia americana, com o aumento dos juros e a pressão inflacionário. Vejo uma volatilidade natural do momento internacional que estamos vivendo, que é de inflação alta e juros subindo e um ambiente de guerra entre Rússia e Ucrânia e, de guerra fria, entre Rússia e o Ocidente”.

Fluxo deve ajudar no curto prazo

O real vem sendo beneficiado por um conjunto de fatores desde o início do ano, como a forte entrada de fluxo estrangeiro para o nosso mercado, a elevação de preços de commodities importantes, e o diferencial de juros entre a nossa economia e as demais.

Até o pregão do dia 21 de março, o fluxo estrangeiro no segmento secundário da B3, aquele com ações já listadas, era positivo em R$ 81 bilhões.

A entrada desse montante ajuda o real, pois se há mais dólares disponíveis no nosso mercado, a oferta aumenta, e o preço diminui.

Além da forte presença de empresas ligadas a commodities em nosso mercado, o Brasil vem se apresentando como um destino mais atrativo para o aporte de recursos, na comparação relativa com mercados emergentes rivais.

Sobre o dólar, o estrategista chefe da Davos ainda enxerga espaço para o dólar cair mais no curto prazo. Mas, ele acredita que o fluxo deve diminuir no médio e longo prazo.

“Imagino que quando você tem uma luta contra a inflação, esses preços das commodities mundiais deve, de alguma maneira, se estabilizar”.

Petrobras e Vale sobem

Nesta quarta-feira, os papéis de commodities voltavam a ajudar o mercado local.

As ordinárias da Petrobras (PETR3, com direito a voto) subiam 1,76%, e as preferenciais (PETR4, sem direito a voto), 2,18%, em linha com o avanço do petroleo no exterior.

As ordinárias da PetroRio (PRIO3) avançavam 2,56%, e as da 3RPetroleum (RRRP3), 2,62%.

As ordinárias da Vale (VALE3) subiam 0,48%, e as da Siderúrgica Nacional (CSNA3), 1,50%.

As preferenciais da usiminas (USIM5) tinham queda de 0,90%.

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No setor financeiro, as preferenciais do Itaú (ITUB4) e do Bradesco (BBDC4) tinham quedas de 0,22% e 0,82%, respectivamente.

De olho nos BCs

No pregão, os investidores repercutem declarações dos presidentes dos bancos centrais do Brasil e Estados Unidos para calibrar suas expectativas para a continuidade da normalização da política monetária nos países.

Na ata divulgada ontem, o Comitê de Política Monetária (Copom) reforçou a sinalização  de que uma nova alta de 1 ponto percentual da taxa básica de juros deve ser realizada.

A expectativa é que o ciclo de aperto esteja próximo do fim, ainda que não se tenha uma taxa final precisa. Hoje, a Selic está em 11,75% ao ano.

Durante participação em evento promovido pelo Tribunal de Contas da União (TCU) e pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), o presidente do BC, Roberto Campos Neto,  afirmou que o mundo após a guerra na Ucrânia terá um período relativamente longo de menos crescimento e mais inflação.

Ele ressaltou que o conflito redesenhou as cadeias globais de valor, o que pode criar oportunidades para o Brasil.

Campos Neto avaliou que há um problema de inflação mais grave no mundo, algo que alguns países começaram a reconhecer, ressaltando que o Brasil saiu na frente nesse movimento.

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“Países ainda vão precisar subir bastante os juros para atingir juros neutros”, afirmou.

O presidente do BC também ressaltou que o pico da inflação acumulada em 12 meses no Brasil deve ocorrer em abril, mantendo previsão próxima à apresentada em fevereiro, quando disse que o pico ocorreria entre abril e maio.

Nos EUA, o aperto monetário só está começando. Na semana passada, o Federal Reserve, Banco Central americano elevou os juros básicos em 0,25 ponto percentual. Foi o primeiro aumento desde 2018.

Após o anúncio, o presidente da instituição, Jerome Powell, vem repetindo que medidas mais duras podem ser tomadas contra a inflação, o que inclui a elevação em mais de 0,25 ponto percentual na próxima reunião.

Os mercados ainda monitoram os desdobramentos da guerra entre Rússia e Ucrânia. Na ausência de perspectivas de uma resolução do conflito, os investidores aguardam o possível anúncio de novas sanções contra os russos por parte dos EUA e de seus aliados na Europa.

Barril de petroleo volta aos US$ 120

Os preços dos contratos futuros do petróleo operavam em alta, diante de preocupações com a oferta da commodity.após a interrupção nas exportações de petróleo da Rússia e do Cazaquistão através do oleoduto Caspian Pipeline Consortium.

A Rússia alertou na terça-feira para uma queda nas exportações de petróleo através do oleoduto de até 1 milhão de barris por dia (bpd), ou 1% da produção global de petróleo, por causa danos causados por tempestades.

O possível anúncio de novas sanções à Rússia ajudam a pressionar os preços da commodity.

Por volta de 15h, no horário de Brasília, o contrato para maio do petróleo tipo Brent subia 4,44%, negociado a US$ 120,61, o barril.

Já o contrato para o mesmo mês do petróleo tipo WTI avançava 4,09%, cotado a US$ 13,74, o barril.

Bolsas no exterior

As bolsas americanas operavam com baixas. Por volta de 15h05, em Brasília, o índice Dow Jones cedia 1,05% e o S&P, 0,85%. A Bolsa Nasdaq caía 1,08%.

Na Europa, as bolsas fecharam com quedas. A Bolsa de Londres caiu 0,22% e a de Frankfurt, 1,31%. Em Paris, ocorreu queda de 1,17%.

As bolsas asiáticas fecharam com altas. O índice Nikkei, da Bolsa de Tóquio, subiu 3%. Em Hong Kong, houve avanço de 1,21% e, na China, de 0,34%.

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BC só intervirá no dólar em caso de mau funcionamento dos mercados

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A incerteza econômica internacional agravou-se nas últimas semanas e, por enquanto, comprometeu a capacidade de o Banco Central (BC) antever os desdobramentos da crise, disse nesta quinta-feira (18) o presidente da instituição BC, Roberto Campos Neto. Ele concedeu entrevista coletiva ao lado do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e disse que a autoridade monetária só intervirá no câmbio em caso de mau funcionamento dos mercados.

“O câmbio flutuante serve a um bom propósito. Nós achamos que, se você intervir contra algo que é estrutural, o que você faz é criar distorção em outras variáveis macroeconômicas. O câmbio flutuante serve a um bom propósito porque é um absorvedor de choques [econômicos externos]”, disse Campos Neto em Washington, após uma reunião de ministros de Finanças e presidentes dos Bancos Centrais do G20.

Na avaliação do presidente do BC, atualmente existem três cenários: o prolongamento da incerteza, o retorno à normalidade após algumas semanas e uma continuidade da turbulência externa que gere uma “reprecificação” (revisão das estimativas econômicas) pelo mercado. Segundo Campos Neto, somente após alguma definição será possível haver uma reação por parte da autoridade monetária.

Para Campos Neto, o mercado financeiro global ficou mais sensível a dados da economia dos Estados Unidos e a declarações de dirigentes do Federal Reserve (Fed, Banco Central norte-americano). Isso levou à disparada do dólar nas últimas semanas, em reação ao aumento da demanda pelos juros dos títulos públicos norte-americanos, considerados os investimentos mais seguros do planeta.

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Situação forte

O presidente do BC ressaltou que o Brasil está menos frágil que outros países emergentes porque tem as contas externas “muito fortes”, com alto volume de dólares entrando no país por causa das exportações. “Sim, o dólar forte é sempre um problema e pode gerar reação dos Bancos Centrais ao redor do mundo, mas, no caso do Brasil, vemos que a situação tem sido melhor”, declarou Campos Neto.

O ministro da Fazenda destacou que o planeta foi pego de surpresa com a mudança na rota do Fed. O Banco Central norte-americano pretende adiar para o segundo semestre o início da queda dos juros na maior economia do planeta por causa da inflação mais alta que o previsto nos Estados Unidos.

“Quando saiu a inflação brasileira de março, saiu meia hora depois a americana. Se você pegar o que aconteceu com o mercado nessa meia hora, dá para entender bem a mudança de humor”, disse Haddad. “Quando o mercado aposta forte, qualquer reversão de expectativa machuca muito o investidor, e o mercado estava muito comprado [apostando na queda do dólar], e com razão, na tese de que em algum momento no primeiro semestre o Fed começaria o ciclo de cortes”, acrescentou.

Juros

Em relação ao futuro da Taxa Selic (juros básicos da economia), Campos Neto disse que a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) dependerá do nível de incerteza na economia global. “Dependendo do caminho, a gente vai ter, vamos dizer assim, uma reação. Mas não tem como antecipar muito o que vai ser feito porque a gente está num processo de reprecificação e a gente não tem ainda visibilidade do que vai acontecer.”

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Atualmente, a Selic está em 10,75% ao ano, após seis cortes consecutivos de 0,5 ponto desde agosto do ano passado. A próxima reunião do Copom ocorrerá em 7 e 8 de maio. Na reunião anterior, em março, o Copom tinha previsto um novo corte de 0,5 ponto, mas os investidores apostam que a redução pode ser de apenas 0,25 ponto, após a recente disparada do dólar.

Na quarta-feira (17), Campos Neto afirmou, durante a viagem aos Estados Unidos, que a manutenção da incerteza elevada pode significar uma redução do ritmo de afrouxamento monetário e até abre porta para uma nova alta nos juros nos próximos meses. Ele deu a declaração em uma reunião com investidores na capital norte-americana.

Nesta quinta-feira, o mercado teve um dia de estabilidade. O dólar comercial encerrou vendido a R$ 5,25, com alta de apenas 0,12%. A bolsa de valores de São Paulo fechou com alta de apenas 0,02%, após passar a maior parte do dia em queda.

Fonte: EBC Economia

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